terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

2 anos após o restauro da "Campa do Frade ", o balanço e a reflexão...


A 12 de Fevereiro de 2007 era dado a conhecer a alguns Creixomilenses, por Nuno Sousa, no seu blogue Micróbio, o restauro da "Campa do Frade" e a outros tantos a existência da mesma e a sua história:

Muitos serão os Creixomilenses, que desconhecem a existência de um monumento denominado “Campa do Frade”. Este monumento, referenciado em vários livros, é uma tampa tumular, datada do Sec. XII/XV, composta por três elementos: Duas "estelas" de formato rectangular (uma para a cabeceira e outra para os pés) e uma tampa também rectangular. Em cada uma das "estelas", encontra-se gravada uma cruz grega inserida num círculo. Na pedra da tampa, podemos encontrar também uma cruz Grega inserida no círculo, mas obliquamente, e a parte restante está ornada por dois motivos tipo dentes de serra. O monumento original, foi trasladado da Bouça denominada “Bouça da Campa” (junto à estrada que liga Creixomil a Vilar do Monte) para o Museu Arqueológico de Barcelos há várias décadas. Nessa altura, e para perpetuar a memória, o dono da propriedade (o Sr. José António de Sousa), resolveu colocar no mesmo local umas pedras (rudimentares) para não se perder a memória de tão antigo monumento, e em boa altura o fez porque graças a isso muitas pessoas puderam perpetuar a memória até aos nossos dias. Contudo, por altura do alargamento da estrada que liga Creixomil a Vilar do Monte, ter-se-ão perdido as ditas pedras e com elas a memória da “Campa do Frade” que passou a existir apenas na memória das pessoas. Para minimizar essa lamentável perda, alguns cidadãos, encabeçados pelo Sr. Armandino Joaquim Enes, resolveram restaurar o monumento e depois de obter autorização do actual proprietário ( Sr. Manuel Salazar Norton), mandaram esculpir uma réplica mais ou menos fiel, para que a memória não se perdesse. Goatava aqui de louvar a atitude do Sr. Norton, que para além de autorizar que lá colocassem a réplica, também contribuiu financeiramente para a sua execução. Fica aqui o convite para que visitem este sóbrio mas importante monumento.


Decorridos dois anos após o restauro da "Campa do Frade", convém fazer o balanço e a reflexão necessários. Muitas vezes me tenho inquietado com as seguintes preocupações: Terão as gerações mais novas de Creixomil a oportunidade e a vontade de visitar este monumento? Terão as gerações mais velhas a vontade de transmitir aos mais novos a história que lhe subjaz? Terão procurado saber? Terão procurado não deixar morrer a história, a nossa história?

O apelo que faço, faço-o aos Pais, aos Avós, à Catequese da Paróquia de Creixomil, à Escola, ao Grupo de Jovens, à Associação de Pais: Visitem o monumento, procurem o conhecimento, o saber e a história que lhe é inerente e transmitam esse conhecimento às gerações mais novas. Por favor, não matem a vossa história!